Alguns motoristas têm o hábito de descer morros na “banguela” para economizar combustível. Mas não sabem que isso pode prejudicar a caixa de câmbio. As consequências de andar no ponto morto excedem o consumo de combustível do carro.
Descer na Banguela Economiza Combustível
Para economizar combustível, descer com o carro desengrenado está fora de cogitação. Nas descidas, recomenda-se sempre usar o freio motor, engatar uma marcha e não acelerar.
Embora esse conceito tenha sido abandonado, ainda há quem insista que descer na “banguela” é uma boa opção para economizar combustível – o que está incorreto.
Vamos entender a origem dessa história e esclarecer por que o ponto morto não economiza combustível.
Carros com Carburador: a origem do hábito
Na era dos carros com carburador, a estratégia de manter o carro o mais neutro possível para economizar combustível é de fato correta. Isso ocorre porque o carburador é responsável por “alimentar” o motor.
Portanto, manter a marcha em ponto morto ao descer, realmente fazia com que o motor ficasse em marcha lenta, reduzindo o consumo de combustível.
Desta forma, criou-se o hábito de deixar o carro em ponto morto ao descer um morro.
2006: Diga adeus à regra do carburador
Assim como a tecnologia dos smartphones modernos eliminou os telefones desatualizados, usados apenas para fazer e receber ligações, o advento das injeções eletrônicas derrubou o domínio dos carros com carburador.
Em 1988, há mais de trinta anos, a Volkswagen lançou o primeiro carro equipado com sistema de injeção eletrônica no Brasil: o esportivo Gol GTi. Desde então, as montadoras têm adotado cada vez mais esse novo sistema de abastecimento de combustível e abandonado o sistema por meio do carburador.
A produção de carros com carburador foi completamente interrompida por mais de dez anos. Os últimos carros equipados com carburador eram vans Mitsubishi Express 2003 e modelos Lada anteriores a 2006.
Injeção eletrônica: mais moderna, mais inteligente e mais eficiente
A injeção eletrônica revolucionou o sistema de abastecimento de combustível e ainda é adotada pelas montadoras, mesmo para veículos elétricos e híbridos de nova geração.
Quando colocamos o carro em ponto morto, o motor não está diretamente conectado à caixa de câmbio. Portanto, para continuar funcionando, o motor precisa ser injetado com combustível.
Quando o veículo está engrenado (ou seja, com a marcha engatada) e dirigindo sem pisar no acelerador, a injeção eletrônica corta a injeção de combustível. Isso é o que chamamos de sistema Cutt Off, ou seja, o sistema de corte de alimentação.
Sistema de Cutt Off: consumo de combustível zero
Como não há combustível sendo injetado, o motor passa a funcionar por meio da energia cinética, que é a energia produzida pelo carro quando está em movimento.
Ou seja, a força de giro das rodas que passa a mover os eixos e as caixas de câmbio, chegando até o motor, que não precisa de combustível para girar, funcionando somente com o embalo do carro.
Portanto, um carro equipado com sistema de injeção eletrônica reduz o consumo de combustível a zero quando engatado e sem pisar no pedal do acelerador.
Freio motor: maior durabilidade e segurança
Quanto mais você usar o freio motor, ou seja, quando o carro estiver engatado, maior será a segurança e a durabilidade do sistema de freio, além da economia de combustível.
Se você tem o hábito de dirigir “na banguela”, é melhor realizar uma manutenção no seu carro o mais rápido possível, especialmente ao descer a montanha para garantir que seu sistema de freios não esteja comprometido.